quarta-feira, 22 de abril de 2015

Empresa maringaense e Ricardo Barros aparece na Operação Zelotes

A Évora Comercial de Gêneros Alimentícios Ltda., que até 2010 operava a bandeira Supermercados São Francisco, em Maringá, está entre as 74 empresas envolvidas na Operação Zelotes, deflagrada pela Polícia Federal no último dia 26 para investigar um esquema de corrupção no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), órgão da Receita Federal responsável por julgar recursos administrativos de autuações contra empresas e pessoas físicas por sonegação fiscal e previdenciária. O esquema teria feito desaparecer R$ 48,46 milhões que a empresa devia ao Fisco. 



Até agora pensava-se que a empresa que aparecia na lista era a Évora S.A., uma holding company de capital aberto que atua na industrialização e comercialização de latas de alumínio para bebidas, tampas plásticas e de florestamento, sucessora da Petropar, do Rio Grande do Sul. No entanto, segundo o jornalista Políbio Braga publicou no último dia 4, a Évora em questão seria de outro estado.

Hoje, o londrinense Claudio Osti informou que a empresa é de Maringá e ligada ao ex-presidente do Sebrae-PR Jefferson Nogaroli, fundador e presidente do Sicoob, com cargos na Faciap e Fecomércio e que na semana passa recebeu durante festa a Comenda Américo Marques Dias, oferecida pela Associação Comercial e Industrial de Maringá, que ele presidiu por duas gestões. Nogaroli, entre outras atividades, preside o Conselho de Administração da Companhia Sulamericana de Distribuição (CSD). Osti acrescentou que outro maringaense na lista "é Ricardo Barros pois seu PP (Partido Progressista) aparece na operação policial pois ele foi o sucessor de José Janene como tesoureiro do partido e com sérias pendências na Receita Federal e TSE".

A Évora Comercial de Gêneros Alimentícios Ltda. - que pertencia a Francisco José Nogaroli Neto, com 9,96%, e à P8 Participações Societárias Ltda., também de Maringá, com 90,04% - fundiu-se em 2010 ao Supermercados Cidade Canção Ltda. para a criação da CSD - Companhia Sulamericana de Distribuição. A rede Cidade Canção pertencia a Carlos Alberto Cardoso, também ex-presidente da Acim, com 29,50%, Paulo Sérgio Cardoso (25,50%), Ângela Maria Cardoso Camilo (22,50%) e Graciela Maria Cardoso Camilo (22,50%). O fundo britânico Actis injetou à época R$ 100 milhões na Companhia Sulamericana de Distribuição. A CSD, com 45 lojas, é hoje o terceiro maior grupo supermercadista do Paraná e o 20ª do país, segundo a 38ª edição da Pesquisa Ranking Associação Brasileira de Supermercados (Abras). 

As investigações da Operação Zelotes tiveram início em 2013 e indicaram que conselheiros e servidores do Carf manipulavam os trâmites dos processos e consequentemente o resultado dos julgamentos naquele conselho. Os conselheiros que julgavam os processos recebiam suborno para que reduzissem e até anulassem os valores das multas nos autos de infração emitidos pela Receita Federal. O prejuízo aos cofres públicos, apurado até março passado, era de R$ 5,7 bilhões. O montante do prejuízo em todos os processos investigados chegou a R$ 19 bilhões, muito superior ao desviado em outros esquemas investigados pela Polícia Federal do Brasil, como o da Operação Lava Jato.

Entre as empresas investigadas também aparecem o Grupo Gerdau, Banco Safra, Hyundai/Caoa, Bradesco, Santander, BTG Pactual, Bank Boston, Ford, Mitsubishi, BR Foods, Petrobras, Camargo Corrêa, Light, Grupo RBS, Embraer, Coopersucar, Cervejaria Petrópolis (Itaipava), Marcopolo, GrupoJBS, Nardini Agroindustrial, Ometto, Viação Vale do Ribeira, Via Concessões, Dascan, Holdenn, Kaneko Silk, Cimento Penha e CF Prestadora de Serviços, além do envolvimento do Partido Progressista (PP).

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