247 - O Partido dos Trabalhadores realiza na noite desta sexta-feira (6) o encontro comemorativo aos seus 35 anos, em Belo Horizonte, em Minas Gerais. Sob uma crise sem precedentes de imagem, o partido enfrenta denúncias de corrupção envolvendo o pagamento de propinas em contratos da Petrobras. No encontro, os principais nomes da legenda estão discursando em defesa do PT e dos governos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff. O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, participa do ato.
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O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, foi o primeiro a discursar. Ele defendeu o PT das "tentativas da burguesia de destruir sua história". O sindicalista convocou a militância para participar de um ato das centrais em defesa da Petrobras, no próximo dia 24, com a participação do ex-presidente Lula.
O governador do Piauí, Wellington Dias, do PT, destacou os avanços pelos quais passou o Brasil nos anos do PT. "Se tem corrupção, tem que combater. Não pode empurrar a corrupção para debaixo do tapete. Temos uma mudança profunda. Doa a quem doer, a lei tem que valer para todos", disse. "Temos que deixar claro: mexeu com Lula, mexeu com Dilma, mexeu com o PT, mexeu comigo", afirmou.
O governador da Bahia, Rui Costa, também filiado ao PT, foi o terceiro a falar e iniciou seu pronunciamento chamando aplausos para a presidente Dilma Rousseff. "Na Bahia, o povo simples mandou recado para Dilma. Eles mandaram dizer que te amam. A força do PT está na força do povo. Por mais que alguns tenham errado, a maioria do povo olha para trás e avalia como era a vida antes de Lula e Dilma, antes do PT chegar ao poder. A vida do nordestino era sem água, sem universidade, sem escola técnica, sem estrada. Hoje podemos comemorar e comparar com muito orgulho e dizer que a vida do povo está muito melhor do que antes do Lula e da Dilma", afirmou o governador baiano, que conclamou a militância a apoiar a reforma política.
Logo em seguida, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que "as intrigas da mídia insistem em afastar Lula de Dilma, mas eles continuam juntos no propósito de transformar o Brasil". Ele criticou as "tentativas de golpe contra a vitória da presidente Dilma". "Com nosso quarto triunfo eleitoral, estamos iniciando um novo ciclo de desafios. Devemos mobilizar todos os nossos quadros para dar conta dessa nova conjuntura. O embate eleitoral foi duro. A oposição, após a eleição, tentou aplicar um golpe. E as tentativas contra nós não cessaram. A mídia golpista tenta nos desestabilizar, investem contra a Petrobras, com o objetivo de fragilizar a empresa e aniquilar com a política de conteúdo nacional e afastar a Petrobras do controle único do pré-sal e forçar a privatização da empresa", afirmou. Ele ressaltou que a "primeira tarefa do PT é defender o governo da presidente Dilma".
Rui Falcão cobrou da militância que se organize na sociedade em defesa do governo. "Vencer esse desafio vai exigir do PT um renascimento", disse. "Toda renovação implica em mudanças, choque. O PT não pode se fechar em si mesmo", afirmou. O petista também defendeu a reforma política. Rui também defendeu os ajustes feitos pelo governo, mas se colocou contra "o arrocho e a retirada de direitos".
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, foi o quinto orador. Ele destaca momentos vividos no início do PT e sua luta em defesa da democracia, ainda no período da ditadura. "O momento nunca foi favorável para nós. Mas nunca deixamos de acreditar no amanhã", afirmou. "Nós somos o partido que sempre soube se melhorar e se corrigir para transformar o Brasil", disse. Ele criticou o "clima de caça às bruxas". "Não aceitaremos esse movimento que é contra o povo", afirmou Pimentel, que se disse "orgulhoso" de ser petista. "Vamos à luta e ter mais 35 anos de muita luta, guerra e conquista", afirmou. "Somos o partido que nunca mudou de lado. Sempre estivemos do lado do povo brasileiro", completou.
Ao discursar, o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, disse que a "luta é muito dura", mas disse que os militantes do PT devem lutar pela vitória sempre. "Não se deixem enganar a alma, aprendam a viver com poucos bens materiais", disse. Ele afirmou que o mais difícil para o PT não é mudar a economia, mas mudar a cultura dos trabalhadores. "Os trabalhadores consomem a cultura dominadora", frisou.
O ex-presidente Lula, ao ser chamado para discursar, foi ovacionado pela plateia. "Ontem fiquei indignado, mais do que em outros dias, mas tomei cuidado para não repassar aqui a indignação que fiquei ontem. Seria muito mais simples a PF ter convidado nosso tesoureiro para se apresentar do que ir buscar em casa, seria muito mais simples dizer o que eles estão repetindo o mesmo ritual desde 2005 quando começaram as denúncias que eles chamaram de mensalão. Toda quinta-feira sai boato, sexta sai denúncia nas revistas, sábado e domingo massacre na televisão, e na outra semana, começa tudo outra vez", afirmou logo no início do discurso.
Lula afirmou que o critério da mídia é a criminalização do PT. "Eles trabalham com a convicção de que é preciso criminalizar o nosso partido. Não importa nem se é verdade", acusou. O ex-presidente Lula destacou trechos de um manifesto de fundação do PT, ressalvando que o PT "contribuiu para transformar este país". Em defesa do legado do PT, o petista afirmou que "nova política foi acabar com a fome neste país". Lula disse que "medidas amargas" foram necessárias nos 12 anos de governos petistas.
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