A presidente Dilma e os ministros Gilberto Carvalho e Pepe Vargas recebem representantes dos movimentos do campo
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) vai às ruas na próxima quinta-feira (11) para defender a realização de um plebiscito que inclua, mas vá além, dos pontos defendidos pela presidente Dilma Rousseff para uma reforma política.
Mobilizada principalmente por centrais sindicais e outros movimentos organizados, como o MST, está prevista para o dia 11 uma série de protestos em todo o país, inclusive com paralisações de determinadas categorias de trabalhadores.
Os sem-terra se reuniram com Dilma por mais de duas horas, na tarde desta sexta-feira (5), no Palácio do Planalto. Embora tenha defendido mais "desburocratização" do processo de reforma agrária e políticas mais restritivas a alimentos transgênicos por parte do governo, o movimento adotou um discurso de mais alinhamento com os movimentos políticos recentes da presidente.
"A presidente avançou ao pautar a reforma constituinte, e avançou ao pautar o plebiscito popular", afirmou Alexandre Conceição, integrante da direção nacional do MST, após sair da reunião.
Outras dez entidades de trabalhadores do campo também participaram do encontro com a presidente. Nenhuma medida concreta foi anunciada pelo governo na reunião, mas o MST valorizou a abertura de diálogo direto com a presidente Dilma.
No entanto, afirmou que, embora tenha saído "contente" do encontro, não significa que a entidade servirá de correia de transmissão aos interesses do governo.
"Nós não vamos para a rua para defender o governo", disse Conceição.
Embora apoie os cinco pontos propostos pelo governo para serem incluídos num plebiscito sobre a reforma política, o MST defende que outros tópicos sejam levados à consulta popular, especialmente em relação a mecanismos capazes de aumentar a democracia direta.
Segundo Conceição, a reforma não pode ter uma conotação meramente eleitoral, como prevê a formatação proposta pelo Planalto.
Uma das propostas, segundo o representante do MST, é que com assinaturas de 1% do eleitorado seja possível convocar plebiscitos. Hoje, esse percentual é válido para a apresentação ao Congresso de um projeto de lei de iniciativa popular.
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