Em novo discurso sobre o tema, senador Mário Couto (PSDB-PA) afirma que
vai protocolar pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff; para o
parlamentar, a presidente cometeu crime de responsabilidade quando
aprovou a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela Petrobras;
Couto, no entanto, é réu em diversos processos, inclusive por corrupção.
Da Redação e Da Rádio Senado
O senador Mário Couto (PSDB-PA) chamou o povo brasileiro a apoiar o
pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que apresentou nesta
terça-feira (1º).
Para o senador, a presidente cometeu crime de responsabilidade quando
aprovou a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela Petrobras.
Mário Couto contrastou a "administração desastrada" do PT, que teria
"levado a Petrobras à falência e derrubado o mercado de ações", com o
empenho do partido em enviar grandes quantias a ditaduras estrangeiras.
- No ano de 2010 a empresa estava avaliada pelo mercado em 380
bilhões de reais, mas, após essa irresponsável e lastimosa operação,
hoje vale 179 bilhões de reais. Quebraram a empresa, destruíram a
empresa, desvalorizaram a empresa, e o povo brasileiro perdeu seu
dinheiro - afirmou o senador.
Couto, no entanto, é réu em 11 processos, sendo acusado, inclusive, de corrupção. Leia abaixo:
Senador Mário Couto (PSDB) pediu impeachment de Dilma. Ele é acusado de fraude em 11 processos
O
senador Mário Couto (PSDB-PA) pediu nesta quarta-feira (26) o
impeachment da presidente Dilma Rousseff por causa da compra pela
Petrobras da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006.
Orequerimento será protocolado na Câmara dos Deputados.
Quem é Mário Couto ? O Senador é réu no STF por corrupção
(fonte:diário do Pará)
O
Ministério Público do Estado do Pará enviou à Procuradoria Geral da
República as provas coletadas contra o senador Mário Couto (PSDB) ao
longo de mais de um ano de investigação. Couto é acusado de envolvimento
em desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa no período em que
presidiu a casa. Pelo menos onze processos licitatórios teriam sido
fraudados entre os anos de 2004 e 2007. Os desvios somam, segundo
cálculos do Ministério Público Estadual, R$ 13 milhões.
Também
está sob análise na Procuradoria Geral da República a denúncia por
racismo e abuso de autoridade feita contra o senador pela
assistente-administrativa Edisane Gonçalves de Oliveira, 34 anos. Em
depoimento no Pará Edisane acusou o senador de tê-la ofendido chamando-a
de “preta”, “safada”, “macaca”,“vagabunda” entre outros palavrões.
A
assistente-administrativa denunciou Couto e a coligação “Reconstruindo
Salinas”, alegando violação do Código Eleitoral ( valer-se o servidor
público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar em
determinado candidato ou partido). A agressão teria ocorrido porque
Edisane se recusou a fazer propaganda política do candidato a prefeito
apoiado por Couto.
Graças ao foro privilegiado do senador, o o
caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal. Em setembro do ano
passado, foi distribuído para ministro Celso de Mello.
Couto
tornou-se réu em dois processos no STF. O primeiro diz respeito ao crime
eleitoral e o segundo por injúria e abuso de autoridade, conforme
informações disponíveis na página do Supremo na internet (ao lado). Como
de praxe, a denúncia foi remetida à Procuradoria Geral. A assessoria da
Procuradoria informou na semana passada, que, assim como as denúncias
de fraudes na AL, os dois processos estão sob análise.
FRAUDES
Entre
as provas enviadas pelo Ministério Público do Pará à Procuradoria estão
as que se referem ao escândalo que ficou conhecido como “Tapiocouto”.
Uma das formas de desvio era o pagamento de serviços não realizados
feitos a empresas fantasmas que pertenciam a então servidores da casa.
A
mais famosa das empresas foi a Croc Tapioca que, segundo os promotores
vendia “do feijão ao avião” para a AL. Por ser senador da República,
Couto tem foro privilegiado na esfera criminal e por isso, as provas
foram encaminhadas à Procuradoria Geral, mas as denúncias de desvio de
recursos públicos já tiveram desdobramentos na Justiça Estadual.
Isso
porque, o foro privilegiado não se aplica ao julgamento por improbidade
que pode obrigar o senador, a devolver aos cofres públicos o dinheiro
desviado. No Pará, os promotores apresentaram denúncia contra Couto.
Ele
é réu em três ações. “Para nós, a improbidade está provada. Esperamos
que a Procuradoria se convença da existência de crime porque isso
reforça nossa ação aqui”, diz o promotor Nelson Medrado. Com base nas
provas coletadas pelo MP, o juiz da 1ª Vara Civil decidiu bloquear, no
ano passado, os bens do senador e de mais 38 pessoas, entre elas a
deputada Cilene Couto (PSDB), filha de Mário. Hoje, parte do bloqueio de
bens permanece.
O senador pode movimentar apenas a conta do
Banco do Brasil em que recebe o salário do Senado que deve ser usado
para as despesas básicas como alimentação. Todos os outros bens móveis e
contas correntes permanecem bloqueados. O objetivo é impedir a
transferência para terceiros e com isso garantir que, em caso de
condenação, o senador possa ressarcir os cofres públicos.
Intimidação a juiz após ter os bens bloqueados
Furioso
com o bloqueio de bens, Mário Couto investiu contra o juiz Elder
Lisboa, responsável pelo caso. Em novembro do ano passado, logo depois
da decisão, Couto usou um jornal local para divulgar gravações que
mostravam uma suposta tentativa de extorsão feita pelo advogado Paulo
Hermógenes em nome de Lisboa. Segundo o senador o juiz teria pedido R$
400 mil para livrá-lo das ações envolvendo as fraudes na AL.
Couto
não apresentou as gravações que disse ter à Justiça e o episódio foi
visto como uma tentativa de intimidar o juiz, que recebeu apoio de
entidades de classe como Associação dos Magistrados do Pará.
VINGATIVO
Na
época, a entidade que representa os juízes do Estado afirmou que a
denúncia tinha “nítido caráter vingativo, natural de pessoas que sofrem
imposições coercitivas de um Poder Judiciário que não se vincula a
cargos ou interesses escusos, especialmente supondo-se inatingíveis por
mandatos”.
Após a divulgação das gravações, o próprio magistrado
foi ao Ministério Público do Estado pedir apuração e tomou a iniciativa
de disponibilizar à Corregedoria e à Presidência do Tribunal de Justiça
do Pará a quebra dos seus sigilos bancário e telefônico. Dias depois, o
advogado, negou que tenha pedido dinheiro ao senador em nome do juiz.
Admitiu que teve encontros com Couto, mas disse que não se lembrava da
conversa porque estaria bêbado. O depoimento do advogado também foi
enviado pelo Ministério Público do Pará à Procuradoria Geral em
Brasília.
O promotor Nelson Medrado, um dos cabeças da
investigação das fraudes na AL também foi vítima de Couto, que chegou a
fazer pronunciamento no Senado acusando-o de agir movido por questões
pessoais. Couto teria se negado a efetivar a esposa do promotor em cargo
na AL. O caso foi à Justiça, o que deu ganho de causa para a mulher de
Medrado.
No site do STF, o senador Mário Couto figura como réu
por crime eleitoral e por abuso de poder e injúria, tendo como vítima
Edisane Gonçalves. Já entre as provas enviadas pelo MPE à Procuradoria
contra Couto estão as que se referem ao escândalo conhecido como
“Tapiocouto”: os desvios de recursos públicos eram feitos através de
pagamentos de serviços não realizados por empresas fantasmas de
servidores da casa, como a Croc Tapioca. Rol de crimes e ameaças – como
as feitas contra o promotor Nelson Medrado (à direita) lembra o passado
de contravenção (foto abaixo), quando Couto liderava o jogo do bicho em
Belém e ameaçava delegados.
Família de Edisane foi perseguida pelo senador
O
cinismo e a arrogância de Mário Couto não têm limites quando ele
pratica seus crimes. Foi assim que o homem que virou piada em Brasília e
em todo o Pará deixou a população de Salinópolis boquiaberta e
indignada, em setembro do ano passado, ao proferir palavrões racistas e
ameaças contra a assistente administrativa Edisane Gonçalves de
Oliveira, de 34 anos, só porque ela negou-se a deixar que asseclas do
senador colassem cartazes de campanha nas paredes da residência dela.
Não
satisfeito em humilhar e ofender a humilde mulher, Mário Couto, num
tresloucado gesto de abuso de poder, típico de tiranetes de província,
mandou prender o açougueiro Ivanildo de Lima Correa, companheiro de
Edisane. Conhecido por Vando, o rapaz foi preso em flagrante sob a
acusação de manter 42 quilos de carne e frango “impróprios para
consumo”, acondicionados em um freezer. Pura perseguição, inclusive
utilizando do aparato do Estado, sob o argumento de que o açougue
infringia as normas sanitárias.
“Eu apenas revidei às ofensas do
senador”, relatou Edisane na polícia, ao denunciar as agressões
praticadas pelo senador que enlameia o nome do Pará em Brasília. Além de
chamá-la de “preta”, “safada”, “macaca” e “vagabunda”, o tucano ainda
mandou a mulher “se f….” diante de seus cabos-eleitorais e senhoras
perplexas que assistiam à patética cena em uma rua do bairro Cuiarana.
O
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ainda estuda o que fazer
com o inquérito policial que foi remetido pelo promotor de Salinópolis,
Mauro Mendes de Almeida, que em razão de o senador usufruir de foro
privilegiado – ou seja, só pode ser processado pelo procurador-geral -,
deixou de denunciá-lo à Justiça. A tarefa cabe a Gurgel, que tem a
oportunidade de passar a limpo um caso que teve repercussão em todo o
país.